HISTÓRIA
HISTÓRIA
O ateliê foi construído com uma finalidade: a de apresentar a arte da cerâmica para o público. Por esse motivo, foi criado um palco no qual o visitante pode conhecer a produção em detalhes e, desta forma, ter um novo olhar sobre o universo da cerâmica, já que é possível visualizar as diversas etapas do processo, desde o preparo da matéria prima até o produto final. Em 2019, o ateliê completa 20 anos de atividades.
Galeria História Oficina de Cerâmica - Cunha / São Paulo
Galeria História Oficina de Cerâmica - Cunha / São Paulo
Galeria História Oficina de Cerâmica - Cunha / São Paulo
O ATELIÊ
A construção do Ateliê Augusto Leí, do forno Noborigama e, mais recentemente, do anexo para exposições são obras dos próprios ceramistas Augusto Campos e Leí Galvão: “Começamos com forno em janeiro de 1999, e em julho do mesmo ano também o ateliê estava pronto”, nos conta Leí, revelando a força e a paixão com que conduzem seus trabalhos.
A beleza do espaço está na simplicidade da construção, que se revela na escolha dos tijolos maciços e aparentes, produzidos artesanalmente, realçados pelas portas, janelas e calhas pintadas de azul claro. A decisão de deixá-los aparentes visou a enaltecer a importância da produção de tijolos de olaria, prensados à mão, prática que está em vias de extinção, mesmo sendo parte importante na história da cerâmica da cidade de Cunha.
A grande atração do ateliê é o forno Noborigama que, com suas cinco câmaras, é o maior de Cunha, compondo o maior polo de produção de cerâmica de alta temperatura na América Latina. Este tipo de forno, que tem sua origem no Japão, e cuja técnica de construção é uma arte que poucos dominam no mundo, é construído em declive, para que o calor seja melhor aproveitado durante as mais de 40 horas de queima de cada fornada; toda a estrutura do ateliê acompanha o desenho em degraus dessa belíssima construção.
Fachada Oficina de Cerâmica - Cunha / São Paulo
OS ARTISTAS
OS ARTISTAS
Ceramista Leí Galvão - Cunha / São Paulo
Leí Galvão
Nascido na zona rural da cidade de Cunha, Leí Galvão teve um especial contato com a cerâmica desde a sua mais tenra infância. Isso se deve ao fato de ter presenciado, dentro da cozinha de sua casa, a utilização de panelas de barros, tradicionalmente feitas por paneleiras da região. Essa familiaridade da infância fez com que, mais tarde, já produzindo suas próprias peças, fosse buscar, nessas paneleiras, instruções fundamentais para as técnicas dessa arte de transformação do barro.

Paralelamente, acompanhou a chegada dos primeiros ceramistas à cidade, aos quais se juntou poucos anos depois para ajudar nas tarefas elementares do processo de trabalho desse grupo de artistas. De cortador de lenha, limpador de torno e amassador de argila, ascendeu a torneiro, construtor de forno Noborigama, e proprietário de ateliê.

Para o ceramista Leí Galvão, a cerâmica é quem dá aporte para subsistência de seu corpo e de sua alma.
Augusto Campos
Ceramista nascido em Cunha, teve o privilégio de, ainda na infância, assistir à renovação que ganhou sua cidade com a chegada de um grupo pioneiro de ceramistas.

Adolescente, juntou-se ao grupo para exercer atividades básicas possíveis a um aprendiz. Poucos anos depois, com a viagem de seu mestre a Portugal, se viu obrigado a dar um salto de responsabilidade e assumir com independência as tarefas que até então não lhe cabiam na qualidade de ajudante: fazer a queima, produzir esmaltes, construir fornos orientais e ocidentais, produzir e vender suas próprias peças, participar de exposições e, finalmente, ter seu próprio ateliê.

Aprendeu também a técnica de tornear panelas, e desde então tem fomentado tal produção, popularizando o acesso às tradicionais peças utilitária das paneleiras.

Para Augusto Campos, a arte de produzir cerâmica é o verdadeiro sentido de sua vida.
Ceramista Augusto Campos - Cunha / São Paulo